Sexta, 31 Janeiro 2025 10:00

CCT 2025: Com perda para o (a) trabalhador (a), não dá!

SINDICOM mantém proposta no INPC de 2024, propõe corte no número de beneficiados nas cláusulas de reajuste salarial e abono

 

Nos dias 29 e 30/1, aconteceu a segunda rodada de negociações para a CCT – Convenção Coletiva de Trabalho - 2025 das distribuidoras de combustíveis e lubrificantes. Novamente, representantes da Fetramico, dos Sitramicos, Sinderpetro e Sintrapetro de Florianópolis e Região que contabilizam as 27 instituições laborais, reuniram-se com o SINDICOM, sindicato patronal para debater a nova CCT. Vale lembrar, que esta negociação abrange todos os estados brasileiros, exceto São Paulo e Goiás, que tem campanhas negociais próprias.

A negociação salarial da CCT2025 abrange os Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo (SITRAMICO) de: Alagoas, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santos, Fortaleza, Joinville, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins, Uberaba, Uberlândia e região. Além dessas entidades, também participam da negociação: a Federação Nacional dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo – FETRAMICO, áreas inorganizadas em sindicatos; Sinderpetro - Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo do Interior do Estado do Ceará e Sintrapetro de Florianópolis e Região- Sindicato dos Trabalhadores em Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Gás Liquefeito da Grande Florianópolis e Região.

Duas semanas após a última rodada, o patronal iniciou as discussões com praticamente a mesma proposta feita na primeira rodada. O único ponto de mudança foi a apresentação de um abono de R$ 4000. Além de não contemplar a inflação do período, o valor é aproximadamente 6% menor do que o apresentado em 2024, que foi de R$ 4250.

A esse fato podemos somar a contraproposta patronal que tem como foco a retirada de direitos e a redução do grupo de trabalhadores beneficiados pelos reajustes salariais propostos na CCT 2025. Como exposto no boletim anterior, dentre os 37 itens solicitados, o setor patronal desconsiderou mudanças de redação e atualizações importantes para os trabalhadores, propostas na pauta de reivindicações. Como proposta, o SINDICOM apresentou apenas a reposição do INPC do período (4,77%) nas cláusulas mais significativas e a apresentação de um abono rebaixado.

 

Na negociação salarial, a prioridade é a pauta dos trabalhadores

Novamente, o SINDICOM tenta forçar a discussão da contraproposta patronal, que em vez de propor soluções concretas às perdas dos trabalhadores, tem como foco a destruição de conquistas históricas. Apesar de recuar no pedido de alteração da cláusula de troca de feriado, benefícios flexíveis e indenização em casos de dispensa, o patronal se manteve firme na mudança de outros itens fundamentais no cotidiano dos trabalhadores: vale-refeição, que de acordo com o texto estariam restritos aos dias efetivamente trabalhados; mudanças nos pagamentos referentes ao benefício para o filho excepcional; mudanças no regramento da realização de trabalho em domingos e feriados que será permitida nas atividades operacionais, diretas e, nas de apoio no caso de empregado lotado em local administrativo; alterações no pagamento de periculosidade para novas contratações,  entre outros itens.

Além da proposta sem aumento real nos salários, as companhias tem tentado cortar o número de trabalhadores abrangidos pela cláusula de reajuste salarial, com a redução do valor de referencia no teto de beneficiados. Além disso, o SINDICOM propôs o congelamento do teto para o recebimento do abono salarial da nova CCT. Isso não fosse suficiente, mantiveram restrições e condicionantes a outros benefícios, como o vale-refeição e aquele voltado para dependentes excepcionais. Por fim, de modo autoritário, o SINDICOM se negou a agendar uma nova rodada de negociações.

É hora de luta!