Quarta, 07 Abril 2021 04:35

Em almanaque, entidades reúnem reflexões e histórias de luta pela saúde do trabalhador

Em almanaque, entidades reúnem reflexões e histórias de luta pela saúde do trabalhador Roberto Parizotti

Com mais de 300 páginas, obra aborda temas como desmonte de direitos, crise e desemprego, trabalho remoto, informalidade e outrosPor Cida de Oliveira, da RBA

Impactos da uberização do trabalho estão entre os temas tratados no novo almanaque18

São Paulo – O Sindicato dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e o Conselho Nacional de Saúde (CNS) lançaram hoje (7) o almanaque Saúde do Trabalhador em tempos de desconstrução: caminhos de luta e resistência. O evento é mais uma atividade que marca o Dia Mundial da Saúde.

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O presidente do CNS, Fernando Pigatto, lembrou a gravidade da pandemia da covid-19, que atingiu em cheio a classe trabalhadora que já sofre com perdas de direitos e a desestruturação do Sistema Único de Saúde (SUS). para favorecer o empresariado. E destacou a importância da publicação. “Aqui estão reunidos textos, ensaios, experiências pessoais, relatos e sínteses de artigos científicos que amplificam as reflexões sobre os atuais caminhos de luta e de resistência da saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras, a articulação com a conjuntura econômica e sanitária do SUS e com o controle social”, disse. “São tempos difíceis, e perseverar na luta é necessário”.

Milhares de mortes

Em live de pré-lançamento do almanaque na noite de terça-feira (6), a presidenta do Cebes, Lúcia Souto, chamou atenção para o fracasso do projeto ultraneoliberal escancarado pela maior crise sanitária da história. E pelo confronto diário entre o anseio de uma vida digna e a necropolítica e o racismo, que resulta no aprofundamento das desigualdades. “As consequências são as milhares de mortes que poderiam ser evitadas, a volta da fome, o crescimento da população abandonada nas ruas, o desemprego que chega a mais de 14% de nossa população e no trabalho precário, que chega a 40%”.


Com mais de 300 páginas, o almanaque reúne textos, reflexões e testemunhos de lutas e resistências no campo da saúde do trabalhador. A obra foi organizada por Luiz Carlos Fadel de Vasconcellos, Heleno Rodrigues Corrêa Filho, Paulo Henrique Scrivano Garrido, Carlos Fidelis da Ponte e Carlos dos Santos Silva

Entre os temas, saúde e segurança no trabalho – um direito essencial em risco; sindicatos, crise e desemprego; trabalho informal, mulheres e saúde; lutas e resistências aos retrocessos ilegais; trabalho remoto; ‘modernização’ das normas regulamentadoras e o impacto na vida dos trabalhadores e da sociedade; contrarreforma do trabalho e previdência e os impactos na Saúde dos Trabalhadores: desafios da classe trabalhadora; uberização do trabalho e a saúde e muito mais.