Nos últimos anos, o movimento sindical brasileiro tem enfrentado uma série de desafios que exigem adaptação, resistência e, acima de tudo, muito trabalho para garantir os direitos dos trabalhadores. As mudanças legislativas e a constante pressão das empresas para a redução de custos, resultou numa ampla frente parlamentar que busca a flexibilização das normas trabalhistas em benefício de grandes corporações.
No setor de pesquisa de minérios e distribuição de derivados de petróleo, esses desafios são cada vez mais complicados. O mercado de derivados de petróleo no Brasil tem sido marcado por grandes transformações nos últimos anos, com a liberalização dos preços do combustível, o avanço das privatizações e a crescente participação de empresas multinacionais no setor. Essas mudanças geram um cenário onde os trabalhadores e as frentes populares representativas ficam cada vez mais vulneráveis, tanto no que diz respeito à estabilidade dos postos de trabalho quanto aos direitos trabalhistas.
1. A liberalização dos preços e a precarização do trabalho
A flexibilização dos preços dos combustíveis, que hoje seguem o valor do mercado internacional, tem gerado instabilidade para os trabalhadores do setor. Em momentos de alta nos preços do petróleo e dos combustíveis, vemos a pressão por cortes e ajustes nos custos operacionais das empresas, o que frequentemente resulta em maior carga de trabalho e, em alguns casos, no fechamento de postos de trabalho. A precarização das condições laborais tem sido uma constante, com aumento de terceirizações e diminuição de benefícios, o que compromete a qualidade de vida dos trabalhadores.
O movimento sindical, por sua vez, precisa ser estratégico para resistir a essa onda de precarização, lutando pela garantia de contratos mais justos, por melhores condições de trabalho e pela defesa da soberania nacional sobre o petróleo e seus derivados. Nosso papel é não permitir que as empresas do setor reduzam salários ou retirem direitos sob a justificativa de um mercado volátil e instável.
2. O desafio da terceirização
A terceirização da mão de obra no setor de distribuição de combustíveis e lubrificantes no Rio de Janeiro tem se tornado uma ameaça constante às condições de trabalho e aos direitos dos trabalhadores. Muitas empresas, em nome da redução de custos, têm optado por terceirizar serviços essenciais, deixando os trabalhadores expostos à precarização, com salários baixos, jornadas exaustivas e, em muitos casos, sem os devidos treinamentos de segurança. No setor que lida com produtos de risco, como combustíveis, a falta de qualificação e condições adequadas de trabalho representa um perigo não só para os profissionais, mas para a sociedade como um todo.
Como sindicato, nossa missão é proteger os direitos da classe trabalhadora e combater essa prática abusiva. Exigimos que as empresas respeitem as leis trabalhistas e garantam igualdade de condições para todos os profissionais, sejam contratados diretamente ou terceirizados. A terceirização, quando necessária, deve ser feita de forma transparente, com a manutenção dos mesmos direitos e benefícios dos trabalhadores efetivos. Nossa luta é pela valorização do trabalhador e pela garantia de condições dignas de trabalho para todos.
3. A privatização e o impacto no mercado de trabalho
As privatizações, como ocorrido na BR Distribuidora e na Liquigás, têm gerado um impacto direto na estrutura do mercado de distribuição de derivados de petróleo. Em algumas empresas privadas há uma busca por lucros exorbitantes, muitas vezes, à custa de demissões, reestruturações e terceirizações. Essa constante divisão de trabalhadores não é aleatória, sem unidade fica cada vez mais difícil combater as investidas empresariais predatórias.
Nós, do SITRAMICO-RJ, mantemos o nosso dever como parte do movimento sindical: organizar os trabalhadores e buscar frentes de luta! Essa busca acontece tanto nas mesas de negociação, quanto nos contextos jurídicos e políticos.
4. A luta pela dignidade no trabalho e a importância da mobilização
Os desafios estruturais do setor, a luta pela dignidade no trabalho e a valorização do trabalhador continuam sendo as nossas bandeiras. O SITRAMICO-RJ tem se empenhado em garantir melhores condições de saúde, segurança e bem-estar no ambiente de trabalho, buscando sempre a melhoria da remuneração e o fortalecimento da segurança jurídica para nossos associados e toda a categoria. Para avançar, a nossa união é fundamental!
Por fim, em um cenário de transformações rápidas e desafiadoras, é mais importante do que nunca que o movimento sindical mantenha sua capacidade de resistência, mobilização e negociação. O SITRAMICO-RJ continuará na linha de frente dessa batalha, defendendo os trabalhadores e enfrentando com coragem as adversidades que surgem. Seguiremos firmes na defesa dos direitos conquistados, na valorização de toda a categoria!
Sindicalize-se! Juntos, somos mais fortes!
Ubiraci Pinho
Presidente do SITRAMICO-RJ